domingo, 21 de setembro de 2008

Morte amorosa



“Matamos a quem amamos
Quando olhamos
Com olhos rancorosos
Cheios de amor!
Matamos sem sentir dor!

Matamos a quem amamos
No momento em que lhe damos
Falsas esperanças
E a todo tempo
Sugamos seu espírito
Docemente...
...inconsciente!

Matamos a quem amamos
Quando dizemos
Palavras amargas
E matamos apenas,
Pelo fato de que
As amamos demais!

Matamos sem rancor!
Matamos e não sentimos dor
Pois covarde como somos
Matamos a quem amamos
Da forma mais cruel de todas
Com amor!”

Juliana Galante

Um comentário:

Le fils de la mort disse...

Simplesmente perfeito! A começar pela imagem, emblemática, essa descrição dos efeitos do amor supera, em beleza e profundidade, muitas tentativas de grandes escritores. Nesse poema, você apresenta antíteses sem cair num exagero. Aliás, é esse seu grande diferencial: ser sutil sem perder o conteúdo. Seu poema nos enlaça e nos seduz, graças a versos muito bem feitos, dentre os quais se destacam os três últimos: "Matamos a quem amamos/Da forma mais cruel de todas/Com amor!"Isso mostra que você, quando escreve, põe no poema, acima de tudo, o seu sentimento, de forma clara e deliciosa, qualidade quase inexistente nos dias de hoje. Tenho que terminar por aqui, pois não sei mais como te elogiar. Parabéns e até o próximo post. ^^