domingo, 21 de fevereiro de 2010

Não explique


'As pessoas me perguntam de nós dois, e não sei explicar.
E quando elas não perguntam, eu quero contar.
Contar que não da pra explicar.
O amor é inexplicável!
Sobretudo quando se trata de você.

Cada dia é mais curto, mas cada momento é mais eterno.
São 7 horas da manhã, fique até amanha, eu não vou achar ruim.
Ruim é algo que não existe mais. Nada é ruim.
Tropeçar, quebrar o pé, dor, medo... falta de sorte.
Gastei toda a minha sorte quando encontrei você’
Gasto toda minha alegria com você, e ainda sobra um sorriso ao acordar.
Gasto todo meu carinho com você, mas você me reabastece e fica tudo bem.
Bem, estou bem, muito bem, meu bem!
Me explique o que você fez?Quem você é?De onde veio?
Não. Não explique nada, não importa.
Seja meu anjo, seja o que quiser, me leve pra onde quiser, faça o que quiser.
Hoje, só quero que o amanha não chegue mais.
Hoje só quero que não me explique nada
O amor é inexplicável.’

Juliana Galante

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

A gaveta de baixo


Um dia agente resolve abrir a gaveta de baixo.

Mas ela já esta aberta, apenas esperando por nós. Então simplesmente sentamos nas almofadas do chão, que tantos tombos nos doeu, e descansamos as dores de subir no alto do armário.
A gaveta de baixo é colorida e cheia de surpresas, não precisa de esforços para encontrar a recompensa. Na gaveta de baixo não há cebolas.
Abrimos ela sem dificuldades, e então encontramos nossa recompensa... uma gaveta vazia.
Por um momento ficamos tristes e confusos, pois de que serve uma gaveta vazia?
Olhamos ao redor, e notamos que a casa está bagunçada.
De um lado, livros de cabeceira, musicas preferias, e sonhos em conjunto, espalhados pelo chão. Do outro, fotos amassadas, papeis cheios de lagrimas, facas e lençóis.
A gaveta de cima deixara a vida bagunçada.
A gaveta de baixo é grande e confortável, guardar as coisas lá parece bom, mas melhor seria se guardar junto com todas as coisas que um dia foram boas.
Com o tempo descobrimos que é para isso que serve uma gaveta.
Para organizar a bagunça, pegar os sonhos em conjunto, os livros de cabeceira, as musicas preferidas e dividi-las em partes maiores conosco e com a confortável, gaveta de baixo.

Um dia agente resolve se guardar por inteiro dentro da gaveta, e percebe que isso pode ser muito bom.


Juliana galante

A gaveta de cima



Um dia, agente cansa de procurar o que esta guardado na gaveta de cima.

Depois de subir na cadeira, cair e machucar o dedinho do pé, agente percebe que pode usar uma escada.
Depois de usar a escada, cair e quebrar o pé, descobrimos que a gaveta já nos fez sofrer demais. Mas uma gaveta mais alta, nos chama a atenção.
E de repente lá estamos, pendurados no armário abrindo a gaveta, e finalmente encontramos a nossa recompensa. Uma cebola.
Ficamos felizes por encontrar a cebola, e de tão felizes caímos no chão.
Agora é a hora de descascar a cebola, descobrir o que há por dentro.
Pegamos a faca mais afiada, para não estragar os filamentos da cebola que tanto estimamos.
Depois do primeiro corte, olhos ardendo.
Mais um corte e, dedo cortado, olhos molhados. Lagrimas, lagrimas, lágrimas.
No fim, percebemos que de nada adiantou o dedinho machucado, ou o pé quebrado, os olhos molhados...na verdade já sabíamos que a cebola por dentro é igual, nada de surpresas, nada de pedacinhos adocicados, apenas o gosto ardido de cebola.
Depois de tanto procurar algo doce, em todos os pedacinhos, notamos que a cebola se desfez, sumiu, e ficaram só, os olhos molhados.

Um dia, agente cansa de procurar o que esta guardado na gaveta de cima, e resolve abrir a de baixo.

Juliana Galante