terça-feira, 30 de setembro de 2008

Me desculpe



“ Me desculpe!
Por ter que esconder de ti
Minhas lágrimas
Me desculpe mas,
Elas caem escondidas

É mais forte que eu
Não posso trancá-las
Como se trancam as portas
Elas caem a todo instante
Sem pedir permissão!

Me desculpe!
Se finjo ser feliz
Agora que você está aqui,
É que é melhor assim
Para você...
...Não para mim!

Me desculpe!
Vendo você feliz
Já me sinto mais calma
Mas quando você
Não pode me ver
Eu choro até estourar minha alma

Me desculpe!
Me perdoe!
E me deixe apenas te amar
Assim mesmo
Triste, sozinha
E distante! “

Juliana Galante

domingo, 28 de setembro de 2008

Despetalando




“ Estava aqui em pé!
Mesmo quebrada,
Despetalada
Ajude-me a recolher os cacos
Que alguém quebrou nela
E colá-los novamente!

Ela se sente triste
Se sente só
Agora está amontoada
Entre as suas almofadas!
Coitada!

Coitada!
Gritam os outros
Mas os outros..
Quem são os outros?
São apenas outros!

Sentem pena dela!
E sentirão a falta dela
Quando ela partir daqui

E ela vai partir!
Ela já está para ir!
Ela já não suporta mais!
Ela já se vai!

Se vai!
Já foi!
E nem sabe mais
Qual é o antônimo de
Ir ou estar!

Estava aqui em pé!
Mas agora posso vê-la
Está ela lá
Na beira de um abismo!
Se despetalando
Até sobrar-lhe só o talo
E os espinhos!”

Juliana Galante

Linhas tortas



“Dizem que Deus
Escreve certo
Por linhas tortas
Pois já não quero
Ter uma vida certa

Já não posso!
Não quero!
Não posso agüentar
Essas malditas
Linhas tortas!

Essas malditas
Linhas tortas!
Que me seguem
Nessa longa caminhada
Sem fim!

Já não quero!
Não posso!
Não quero essas linhas
Mandando em mim!

Malditas linhas tortas!

Quero uma vida
Sobre réguas!
Quero um lápis,
E uma folha de papel!

Quero uma borracha!
Quero apagar
Todas as malditas linhas
E refazê-las!
Só não quero
Apagar você de mim! ”

Juliana Galante

Flores tontas



“O dia parece não ter fim
A tarde morre bem tarde
A noite vem
Apagar-me a luz!

O sol vem raiar
Em meus olhos
Nem parece que ele é tão quente,
Que nem podemos tocá-lo!

Olha a luz na janela!
Abra a persiana
E veja as flores!
Ah, as flores!

E entre tantas flores, tantas
Flores tontas, parasitas!
São só parasitas
Que só sabem ficar paradas
Flores tontas,
A me olhar!

Não me dizem nada
Nem tocam meu coração!
Mas quando tocá-las
Talvez sinta
Talvez não
Seu aroma, meu perdão! ”

Juliana Galante

Pedras


" Somos como pedras

Diferentes uns dos outros..

Mas no fundo é tudo igual

Tudo é pedra

Tudo é aparentemente

Resistente

Mas tudo apodrece

No final ... "


Juliana Galante

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Vida Morta




“ A vida é como
Um soco no estomago
Quando ferida
Só doe por dentro
No pensamento

As vezes nós morremos
Por simplesmente estarmos vivos
E as vezes, mesmo vivendo
Já estamos mortos,
Apodrecendo!

Então, me sirva mais
Desse café amargo
Me de aquela rosa sem cheiro
Que exala
O perfume do amor!

Então, me de a sua boca
Com o gosto
De mais um milhão de bocas
Sem gosto
Eu não me importo
Já que estou louca!

E esse soco que ficou em mim
Ainda vai doer
Milhões de anos
Se eu não me pegar
Um dia desses
Vivendo morta
Por engano! “

Juliana Galante

domingo, 21 de setembro de 2008

Morte amorosa



“Matamos a quem amamos
Quando olhamos
Com olhos rancorosos
Cheios de amor!
Matamos sem sentir dor!

Matamos a quem amamos
No momento em que lhe damos
Falsas esperanças
E a todo tempo
Sugamos seu espírito
Docemente...
...inconsciente!

Matamos a quem amamos
Quando dizemos
Palavras amargas
E matamos apenas,
Pelo fato de que
As amamos demais!

Matamos sem rancor!
Matamos e não sentimos dor
Pois covarde como somos
Matamos a quem amamos
Da forma mais cruel de todas
Com amor!”

Juliana Galante

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Você precisa saber


“Já escondi demais
Quero te contar tudo
Mesmo que você me ignore,
Me despreze
O que já está decidido
Não se volta atrás

Eu já não suporto mais
Esconder nunca resolveu nada
Penso e repenso
No que você deve pensar
Queria que ao menos
Repara-se em mim

Tento te mostrar
Através de poesias
Ou até mesmo
Se simples gestos

Tento lhe mostrar
Todo o amor que sinto por ti
Em um abraço,
Em um olhar,
Ou até mesmo
Em uma lágrima á derramar

Faço tudo por você
Seria capaz até de morrer
Mas não agora!
Antes você precisa saber
Que todo amor que existe em mim
Pertence á você!

É difícil de entender
É difícil de explicar
Mas não posso mais esconder
Não vou viver feliz
Se você não me amar

Choro!
Porque sei que não é meu
O seu amor
Choro!
Porque não sinto por você
Nem mesmo rancor!
Por você só sinto amor!

Choro!
E agora mesmo estou a chorar!
E agora mesmo
Estou a pensar!
O que será melhor pra nós
Te contar logo tudo o que sinto?
Ou continuar fingindo que não minto?

Talvez perca de vez
O que já conquistei em você
Mas o que conquistei
Talvez seja tão pouco
Preciso fugir desse oco!

O que preciso que saiba
É tão simples
Porém tão difícil
E complexo de dizer
Mas você precisa saber
Que todo amor que existe em mim
Pertence só á você!”

Juliana Galante

domingo, 7 de setembro de 2008

Loucos pecantes



“Somos loucos pecantes
Loucos picantes!
Picamos a injustiça
Como mosquitos
Tão malignos..
Tão dignos!

Somos loucos pecantes
Loucos marcantes!
Marcamos com sorrisos
Olhares de crianças
Tão inocentes
Tão delinqüentes!

Somos loucos pecantes
Loucos pagantes!
Pagamos
Para ver a morte
Brincamos
Com a própria sorte!

Loucos pecantes!
Sem medo da verdade
Sem medo da mentira
Fazendo coisas tristes
Com alegria!”

Juliana Galante

Inconsciente



“Juro diante do espelho
Que a partir de hoje
Vou evitar o seu olhar!
Juro que vou fugir de você!
E enfim te esquecer!

Mas quando vejo
Já estou te abraçando
E pedindo apenas uma chance
Para poder te provar
Quanto meu amor é grande!

Minhas juras são em vão
Junto ao vento
Elas apenas vêm e vão
O que vale na verdade
É a voz
Que vem do coração!

Tudo acontece tão de repente
Nem percebo que estou agindo
Inconscientemente
Quando na verdade
Deveria estar
Fugindo de você!

Todo dia se repete
Eu fujo, eu corro de você...
Mas dói demais!
Mentir pra mim mesma
Já não dá mais.

È sem querer
E já estou de novo lá
Do seu lado
Te pedindo que me ame!
Quando percebo já estou novamente
a te implorar!

Meu inconsciente
Não me deixa mentir
Sei que não adianta
Mas vou continuar a fingir
Vou continuar a fugir!”

Juliana Galante

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Herdeiros do fim



“Coma o quanto puder!
Só não se esqueça
De sobrar um pouco
Sobre, o lixo!
E dê o resto para seu filho
Sobre o lixo!

Esbanje seu dinheiro!
Compre todo luxo
Que couber no lixo!
No lixo da injustiça
Que nós mesmos criamos
E amamos!

Use seu casaco de pele!
Se afogue em tanto pêlo
Gaste mais do seu dinheiro
Alimentando a destruição
Destruindo a fé
Dos poucos que permanecem
Em pé!

Deixe seus bens
Para seus herdeiros!
Seus herdeiros do fim do mundo
Colhendo e se alimentando
De todos os seus frutos
Imundos!”

Juliana Galante

Todo amor que houver



“Todo amor que houver no mundo
Eu roubarei das flores
Somente para você
O amor das flores!
Puro,
Repleto de cores!

Todo amor que houver no mundo
Vou buscar no infinito
Só para talvez, quem sabe
Ter a humilde e única chance
De tocar sua face
Pura,
Repleta de dor!

Todo amor que houver no mundo
Exprimirei toda poupa
Até a ultima gota
A ultima gota desse seu amor
Será minha ainda que demore
Ainda que eu implore!

Todo amor que houver no mundo
O amor mais puro
Pegarei das mãos de Deus
Para que possa compartilhar
Pelo menos um segundo
Com esse anjo que está por perto

Eu juro agora e depois
Diante da estrela mais linda
Que já se foi
Que será só seu
Todo amor que houver no mundo!”

Juliana Galante