quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Escarros azedos


'Não sinto mais suas palavras
brancas, caladas, e enrugadas.
E seus raios macios e vermelhos
engolem meus olhos
doces e cansados.

Já sinto a agonia, sinestesia.
Me anestesia esse vazio de dores,
e o peito vazio de rancores
sem cores,
não chora mais.

Os gritos, gemidos e escarros,
todos os cigarros
vou regurgitar.
Em ância de viver sem mais vômitos,
sem mais palavras

Sem seus gostos, cheiros e desgostos.
findo assim, sem fim.
Limpando todo esse vômito

todo esse azedume que morou em mim.'

Juliana Galante

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