segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Meu eu em acalanto


"De que me adianta fugir do cárcere, se me encontro só e ninguém se aproxima em acalento.
E quando abro-me para abraçar, me encontram com lanças.
A pouco era o fim.
Não sabia se abria-me ou trancava-me logo de uma vez por todas.
Pensei aos prantos: Ficarei no meio termo, ficarei entre eu apenas.
Decidi por abrir-me apenas para mim.
Não me compreendes tu?
Hora acordo cedo e vejo que valho muito, e pouco me pagam os que abrem meu peito. Ora, penso que sou melhor para mim, sendo só. 
Só fui feita para mim então?
E todo ímpeto de generosidade que nasceu comigo e sempre quis brotar?
Generosidade, que chamei de amor. Amor recusado, recluso buscando voar, sempre perdeu asas.
Piso em sementes e não deixo-as florescer mais. As flores tão belas, porém em truculência me doem, dor atroz fazendo-me refugiar-me em ti,  próprio peito consolador."

Um comentário:

Anônimo disse...
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