"A janela se abriu e os olhos não. Todos se fecham, prisão perpétua da carne. São esses que vivem em cubículos e mansões, e se empanturram sob sangue derramado que me comovem e me apedrejam.
Olhos que piscam, porém ralentados, veem apenas o que lhes propõe os reis da barriga cheia.
Minha janela embaçada, aos poucos fez-se limpa, sem sangue segue patas, pedindo socorro. E eu, coitada, pequena que sou, peço perdão pelas poucas patas que posso socorrer.
Mas piso firme, e sigo forte para não me apetecer do sangue vão.
Minha janela está limpa, porém vivem a sujar-me a pele."
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