segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Castelo azul



'Eu tinha construido um castelinho.
Um lindo castelinho.
Ele era azul escuro, com flores no jardim.

Um belo dia, ele explodiu.

Sim, parece que tacaram uma bomba nele da noite para o dia

E num piscar de olhos tudo desabou...

O problema, é que eu estava morando lá, e fiquei sem abrigo.
Hoje estou morando no vazio que sobrou do meu castelo.

No vácuo, no rastro dos pedaços, dos destroços que sobraram.

Não sei se devo recontrui-lo, ou se posso fazer isso.

Ou apenas guardar os cacos, no vácuo que sou eu.
O problema é que o castelo era o que eu tinha de mais acolhedor na vida.

A vida de um dia no vácuo dói.
E os pedaços do castelo, onde estou deitada agora, são uma esperança.

Uma esperança de um ponto final, ou de uma virgula.

Uma virgula não seria nada mal.

Mas meu castelo não fala, e não sei o que ele quer de verdade.
Só sinto.

Sinto que o fim não chegou, não era hora, foi de supetão...

E ninguém mandou.'


Juliana Galante

3 comentários:

Vilmar Barros de Oliveira disse...

Por acaso visitei o seu blog...
mas não foi por acaso que me encantei com a sua poesia!
você escreve muito bem e principalmente com muita sensibilidade.

Pinecone Stew disse...

Happy New Year Julie *

Um brasileiro disse...

oi. tudo blz? estive aqui dando uma olhada. muito lindo. apareça por lá. abraços.