domingo, 11 de setembro de 2011

Das memórias de um cadáver


'Hoje senti a morte me levando
Foi difícil de aceitar
mas não doeu.

Hoje senti o breu dos olhos teus
senti o hálito de enxofre e os gritos
Esta noite foi o meu caos!

A agulha furando minha goela
a pontada no ombro esquerdo
as memórias de um cadáver

Senti a escuridão me comer
e não doeu
Hoje senti os vermes me limpando
e a solidão companheira me acolheu

Esta madrugada no velório
me dá vertigem ao ouvir os améns
Sinto as velas velando
esta minha insónia eterna

Hoje guardo neste caixão
as memórias de um cadáver
e posso enfim viver morta
no meio do caos,
que é essa minha alma .'





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