terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Janela


Senti pingar uma gota, uma única gota no chão, que logo se desfez em fumaça.
Tudo que é fumaça e some aos olhos, volta cinzento ao amanhecer.
Os olhos me cercam, me fecham e massacram.
E esses são anjos caídos que Deus não quis guardar.
Tudo que pulsa, vai voltar.
Tudo que escorre, como os olhos.
Os olhos secam.
Os olhos dos outros me secam.
Estão todos me olhando, o que há?
Feche a janela!
Feche a janela!
Feche os olhos!

Pinga suave e maciço, rios e mares e areia sob os pés.
Eu sou areia.
Sou mar preso em copinho de papel.
Olhos que pulsam, dilacerando grades.
Estão todos me olhando, o que há?
Abra a janela!
Abra a janela!
Abra os olhos!

Um comentário:

Vinicius disse...

Oi.Muito legal o teu blog.
Linda esta poesia chamada "Janela".
Muito legal as imagens, os poemas....
Parabéns.
Abraço.