terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sutilezas de um pássaro


'Não me julgue assim.
Existem tantas formas de amor.
O passarinho que ontem sorriu pra mim, me parecia tão gentil.
De nobre sutileza.
Abraçou-me sem ao menos saber meu nome.
Nomes não significam nada para seres que voam.
Olhos sim.
Eu vôo com meus olhos.
Era pra nascer passarinho, mas não deu certo não.
Passarinhos são livres, mas eu me prendo a tudo.
Todo galho e raminho de flor.
O chão me prende, mas a alma não.
Gosto do modo que falam comigo...os pássaros.
Pássaros não reparam em pele, pelo, cor de cabelo ou cobertor.
È só o terno olhar de pássaro que é bom.
Não me julgue assim.
Pássaros apenas olham, e isso basta em mim.'

Juliana Galante